Corpos esquartejados foram encontrados na
comunidade Alvorada em João Pessoa
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
comunidade Alvorada em João Pessoa
(Foto: Walter Paparazzo/G1)
A Polícia Militar registrou mais um caso de violência contra a
mulher em menos de um dia na Paraíba. Uma mulher de 27 anos sofreu um
tiro nas costas na tarde desta terça-feira (5) na cidade de Bonito de
Santa Fé, no Sertão da Paraíba. Segundo a PM, o principal suspeito de
ter atirado contra ela é o próprio marido da vítima.
A mulher foi socorrida e levada para o Hospital Regional de
Cajazeiras, onde passou por exames e foi liberada. A PM informou que o
marido dela chegou a ser preso porque foi apontado pelos vizinhos como
o autor do disparo. Porém, a vítima disse no hospital que ela tinha
atirado acidentalmente e o suspeito foi preso pela falta da denúncia.
Este é o quinto caso de violência contra a mulher que acontece entre a terça-feira (5) e esta quarta-feira (6). Nesta segunda, duas mulheres foram esquartejadas
e os corpos foram encontrados em sacos plásticos em João Pessoa. Na
madrugada desta quarta, uma jovem de 18 anos sofreu um tiro no rosto na
cidade do Conde, também no Litoral. E em Campina Grande, uma mulher de
24 anos sofreu facadas e pauladas após uma tentativa de estupro. Nesses
últimos dois casos as vítimas estão fora de perigo.
A ONG Centro 8 de março informou que com os casos de João Pessoa, o
número de mulheres assassinadas este ano na Paraíba chega a 54. Foram
41 tentativas de homicídios e 53 agressões. Contabilizando o caso
acontecido em Campina Grande, já são 37 tentativas de estupro e 45
estupros em 2012 no estado.
No caso de Bonito de Santa Fé, a arma utilizada teria sido uma
espingarda usada na caça, segundo a PM. Os policiais não conseguiram
encontrar a espingarda. A Polícia Civil agora vai investigar se a
esposa está mentindo para não incriminar o marido. A PC acredita nesta
hipótese porque o tiro foi nas costas e ela disse ter sido efetuado por
ela. Ela pode ser indiciada por omissão de informações.
A presidente de uma organização não-governamental de combate à
violência contra a mulher, Irene Marinheiro, disse que o problema não é
somente de políticas públicas, mas as próprias mulheres contribuem
quando não denunciam. "Metade destes casos poderiam ser evitados se as
mulheres denuciassem que sofrem censura ou coerção. Na maioria das
vezes, as mulheres sofrem ameaças antes de ser atentadas, foi o que
comprovamos. Então é preciso que se denuncie", alertou.
Fonte: G1
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