sexta-feira, 29 de abril de 2011

Agressividade infantil

Muitas vezes, a criança é vista como agressiva, quando na verdade ela está simplesmente manifestando raiva. Ela pode dar um soco no colega, no irmão ou chutar objetos como pura expressão da emoção da raiva.

Segundo Violet Oaklander os atos agressivos não são a verdadeira expressão da raiva, mas desvios dos sentimentos reais. Atos agressivos, geralmente chamados de anti-sociais, podem incluir comportamentos destrutivos, tais como, agressão física, destruição de objetos, pequenos furtos, etc. a criança que pratica esses atos possui geralmente sentimentos profundos de ira, insegurança e –ou ansiedade, sentimentos de mágoa e uma opinião muito pobre a respeito de se mesma.

Pode ser ainda incapaz de expressar seus sentimentos e se o fizer, poderá perder a força que reúne para se envolver nos comportamentos agressivos ou violentos. Esses comportamentos no sentir e no imaginário da criança são necessários, como forma de sobrevivência física e emocional.

Pais, cuidadores e educadores muitas vezes supõem que um distúrbio na criança provém de um motivo interno específico – que algo definido dentro dela, faz com que aja dessa forma, mas há o contrário, o meio ambiente pode perturbar a criança, provocando dificuldades, que serão internalizadas. Falta na criança a habilidade, adquirida com a maturidade para lidar com um ambiente que a provoca, mobilizando raiva ou medo.

A criança não sabe como lidar com essa carga de sentimentos que são gerados dentro dela, muitas vezes fruto de um ambiente hostil. Portanto ela não se torna agressiva de repente, esse processo é gradual.

Num primeiro momento a criança expressa suas necessidades de forma mais sutil, quando os adultos não prestam atenção, ela então exagera seus comportamentos. Esses comportamentos percebidos pelos adultos como anti-sociais, representam na verdade uma tentativa desesperada de restabelecer uma ligação social. É como se ela estivesse fazendo a única coisa que sabe, no sentido de prosseguir na batalha de viver neste mundo.

As crianças que são agressivas e põem “suas coisas para fora”, são mais fáceis de trabalhar do eu àquelas inibidas e retraídas. Isso porque na postura agressiva e violenta a criança sinaliza pelo comportamental que algo não vai bem dentro de si, e alerta para que os familiares prestem atenção e, portanto cuidem dela, buscando os mecanismos e recursos adequados para diminuir os sintomas, e é nesse momento que todo grupo familiar primário pode ser convidado para reavaliar a constelação familiar, ou seja, a dinâmica de comportamento de todos no ambiente doméstico e como tal ou qual conduta reflete na resposta dada pela criança de modo mais calmo ou mais agressivo.

Essa maturação na família facilita a reorganização de comportamento infantil, podendo melhorar a qualidade de vida da criança e de todos que por ela são refletidos através de um comportamento inicialmente inadequado pela própria pressão muitas vezes do ambiente ao qual essa criança esta exposta.

O objetivo do comportamento agressivo infantil é chamar atenção dos pais ou responsáveis para reavaliar suas posturas diante da família e ajustar as próprias condutas individuais, melhorando o caminho da afetividade, que é o melhor antídoto contra qualquer inadequação comportamental, porque a energia amorosa é a maior energia de cura.

Especialista em Psicologia Clínica – CRP13.2262; Especialista em Infância e Adolescência; Psicoterapeuta em Análise Bioenergética; Psicóloga Transpessoal; Formação Internacional em DMP – Deep Memory Process.

Fonte:
Iara da Silva Machado
www.crianca.pb.gov.br

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