Garoto é enterrado na tarde desta sexta (Foto:
Marcelo Mora/G1)
Marcelo Mora/G1)
O garoto de 10 anos que atirou em uma professora dentro da sala de aula e
depois se matou na quinta-feira (22) em São Caetano do Sul, foi enterrado por
volta das 16h desta sexta (23), no Cemitério das Lágrimas, na cidade do ABC.
A cerimônia foi acompanha por cerca de 200 pessoas, entre elas vários
guardas-civis, colegas de trabalho do pai do garoto Davi Mota Nogueira. Em cima
do caixão, foi colocada uma bandeira do Santos, time de coração do menino.
A diretora da Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, Márcia Gallo,
disse nesta sexta que o aluno nunca havia sido alvo de reclamações de outros
estudantes ou de professores. O menino estava no 4º ano do ensino fundamental e
estudava na escola desde 2008. Ele fez os disparos com uma arma particular do
pai.
“Não tem registro de indisciplina na escola, tinha boas notas, era um aluno
frequente, nunca foi alvo de reclamação”, afirmou Márcia Gallo. “Ele era um
aluno como os outros da mesma faixa etária. Não havia nenhum tipo de atrito
entre ele e a professora, ela em nenhum momento reclamou dele. Ele nunca foi
suspenso, era um bom aluno. Não sofria bullying. Era querido pelos amigos da
sala dele”, completou.
Segundo a diretora, o menino era calmo, tranquilo e não dava trabalho na
escola. A coordenadora pedagógica Meire Cunha também afirmou que o aluno não
gerava problemas e era querido. “Ele era quieto, não era agitado, era de ter
dois, três amigos, não era de turma. Não era um menino arisco, era muito doce”,
contou.
As aulas na escola foram suspensas nesta quinta e sexta-feira e só devem ser
retomadas na quarta-feira (28). Na segunda (26) e na terça (27), os professores
e funcionários irão se reunir para planejar como será feita a recepção dos
alunos na volta às aulas. “A acolhida vai ter que ser muito especial, temos
alunos que estão chocados e preocupados com essa situação”, afirmou Márcia. A
sala onde aconteceu o crime será fechada, e os alunos da turma serão deslocados
para outra sala no mesmo corredor.
A professora baleada, Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, teve alta da
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas de São Paulo no
início desta tarde. Segundo o HC, ela foi levada para um quarto e seu quadro de
saúde é estável. Ainda de acordo com o hospital, Rosileide passou por uma
cirurgia da noite desta quinta-feira que durou três horas para a retirada de um
projétil na região abdominal.
Nesta quinta, o funcionário público Luiz Eduardo Hayakawa, namorado de
Rosileide, a visitou no Hospital das Clínica. Ele disse ao G1
que ela descreveu o autor do disparo como "um aluno exemplar, tranquilo, quieto,
que tirava boas notas".
Arma do pai
O crime aconteceu na quarta aula do dia no período da tarde, em uma sala com 23 alunos. O menino pediu para ir ao banheiro, foi autorizado, e quando voltou atirou na professora. Em seguida, seguiu para uma escada, onde disparou contra sua cabeça e morreu. A escola tem 16 câmeras de segurança, que registraram a passagem do aluno, mas não os disparos.
O crime aconteceu na quarta aula do dia no período da tarde, em uma sala com 23 alunos. O menino pediu para ir ao banheiro, foi autorizado, e quando voltou atirou na professora. Em seguida, seguiu para uma escada, onde disparou contra sua cabeça e morreu. A escola tem 16 câmeras de segurança, que registraram a passagem do aluno, mas não os disparos.
O pai do menino já havia notado a falta da arma em casa e chegou a ir à
escola durante a tarde para perguntar aos filhos se eles estavam com ela.
Segundo a diretora, o pai foi autorizado a conversar com os filhos, mas o
conteúdo da conversa não foi relatado aos funcionários. Os dois filhos negaram
que estivessem com a arma.
Para Meire Cunha, coordenadora pedagógica da escola, se o pai tivesse
relatado à direção o que havia ocorrido algo poderia ter sido feito para evitar
a morte do menino. “A família precisa ter uma parceria cada vez maior com a
escola. Não foi em nenhum momento comunicado à escola [que o pai havia perdido a
arma e a procurou com os filhos]. Nós teríamos agido imediatamente”,
afirmou.
A diretora da escola, que é considerada referência na região, disse que o
estabelecimento já tem os meios de segurança necessários – os alunos passam por
três portões antes de chegarem às salas e a entrada de pessoas e objetos
estranhos é coibida. “Nenhuma escola tem estrutura quando acontece uma coisa
dessas. Não tem o que fazer sobre segurança, não posso revistar 900 alunos por
período. É mais uma questão de atitude e de hábito, da família orientar para não
trazer material que não é escolar. Detector de metal também é um problema”,
afirmou Márcia.
Ainda segundo ela, a professora teria percebido se o menino estivesse com
alguma atitude diferente no dia do crime. “Ela perceberia algo errado, se ele
tivesse demonstrado irritação ou a arma aparecido de alguma forma”, afirmou ela,
que ainda não sabe estimar o que poderia ter motivado o menino. “São várias
hipóteses, estamos ainda tentando entender. Foi um choque, um aluno que não
seria previsível de acontecer isso.”
Fonte: G1SP
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