quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Adolescentes acusados de matar professor em Campina Grande devem ser soltos em outubro

Os dois adolescentes com idades de 16 e 17 anos, acusados no assassinato do professor Valderi Carneiro dos Santos, de 44 anos, morto no quarto de uma pousada em Campina Grande, poderão ser liberados no próximo dia 6 de outubro. Eles confessaram a autoria do crime e se entregaram à polícia no último dia 21 de agosto. A informação foi repassada pela Vara da Infância e Juventude de Campina Grande e confirmada pelo advogado dos adolescentes, que acompanha o caso e já solicitou a realização de outros exames que possam servir como peças probatórias no processo.

De acordo com o advogado Gilberto Aureliano de Lima, avaliando o andamento dos trabalhos de colhimento de provas, depoimentos e resultado de laudos, seria praticamente impossível esperar que todo o processo fosse concluído em apenas 45 dias. "Temos certeza que eles serão colocados em liberdade no próximo dia 6 de outubro, não tenho a mínima dúvida que isso vá acontecer porque é o que determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) na proteção desses jovens.

São 45 dias de internação provisória, até que o caso seja concluído. De acordo com a lei, este prazo é improrrogável, ou seja, eles deverão acompanhar a finalização do processo em liberdade", afirmou. Ainda de acordo com o advogado, a defesa dos adolescentes, que chegaram a confessar em depoimento à Polícia Civil a prática do homicídio alegando, ambos, legítima defesa, está sendo feita a partir da análise mais aprofundada das provas e elementos apresentados pelos investigadores.

Algumas delas, no entanto, já foram até contestadas. "Nem os laudos solicitados inicialmente ao Instituto de Polícia Científica (IPC) já foram concluídos e encaminhados à Justiça, por isso, temos a certeza que o processo não será finalizado. Outra informação importante é que na semana passada solicitamos um teste de DNA nas roupas encontradas no quarto da pousada. Já conferimos que são três tipos de sangue diferentes, então, os exames servirão para comprovar a quem pertence esse material genético", completou Gilberto Aureliano.

O juiz responsável pelo caso é Gutemberg Cardoso, titular da Vara da Infância e Juventude de Campina Grande. Evitando qualquer tipo de interpretação equivocada da situação, a autoridade prefere não comentar sobre o assunto até que os trabalhos sejam concluídos.

Familiares da vítima já planejam protesto
Revoltados com a situação que envolve a morte do professor, alguns dos seus familiares já planejam a realização de um outro ato público, pelas ruas centrais de Campina Grande, a fim de cobrar providências da Justiça. "Já estamos nos organizando para mais um protesto. Quando eles forem liberados dia 6, vamos invadir as ruas do Centro da cidade com uma grande passeata, como forma de protesto. O que não podemos é admitir que os responsáveis por esse crime bárbaro não sejam punidos", declarou Vanessa Poliana Carneiro Santos, irmã do professor.

Ainda segundo a jovem, o ato deverá ter a concentração, mais uma vez, na Rua Marquês do Herval, em frente ao Colégio Alfredo Dantas, onde Valderi Carneiro trabalhava como professor de Português. Com faixas e cartazes, eles pretendem chamar a atenção da sociedade para o problema. No último dia 21 de agosto, os amigos, ex-alunos e familiares da vítima já haviam promovido um movimento semelhante, desta vez, a novidade será a caminhada que seguirá até o Parque do Povo.

Entenda o caso
O professor Valderi Carneiro Santos, era homossexual assumido e foi encontrado morto com vários cortes e uma marca de estrangulamento. Ele teria acertado um programa sexual com os dois menores que antes de irem para a pousada, ainda passaram boa parte da noite bebendo com a vítima em um bar, localizado nas proximidades do Parque Evaldo Cruz (Açude Novo).

Em um determinado momento, já no quarto, haveria acontecido um desentendimento entre os rapazes e o professor por causa da preferência sexual de ambos e a partir daí, houve a luta corporal e acabou na morte do profissional que trabalhava em várias escolas da rede pública e privada de Campina Grande e Lagoa Seca. Ainda segundo o depoimento dos menores, o programa teria sido acertado por R$ 200 (sendo R$ 100 para cada), acordo este que teria sido descumprido pela vítima.



Fonte: O Norte Online
Diário da Borborema

Nenhum comentário:

Postar um comentário