A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), contabiliza 4.026 atendimentos na Paraíba, desde sua criação, em abril de 2006, até junho deste ano. Em todo o país, foram quase dois milhões de atendimentos no período. A secretária da Mulher e da Diversidade Humana, Iraê Lucena, avaliou que o aumento das denúncias está diretamente relacionado ao amparo da Lei Maria da Penha e aos avanços que a implementação da Lei trouxe.
“Um número bastante expressivo que nos aponta que as mulheres estão querendo se informar de seus direitos e ainda, nos casos de violência, que elas estão cada vez mais denunciando as agressões sofridas. Com a implementação da Lei Maria da Penha conseguimos dar uma maior visibilidade da violência doméstica, pois as mulheres tiveram mais credibilidade para sair do ciclo da violência.
Elas passaram a ter mais confiança em denunciar e assim os números de atendimentos nas delegacias, nos Centros de Referência e na Central de Atendimentos aumentaram bastante. Tudo reflexo da Lei que, além de amparar as mulheres nos casos de violência, encorajou as denúncias de violência contra a mulher”, comentou Iraê Lucena.
Segundo ela, “a criação da Central de Atendimento atende a uma antiga demanda dos movimentos feministas e de mulheres e funciona com atendentes capacitadas em questões de gênero, nas políticas do Governo Federal para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência contra a mulher e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres”.
A SPM enfatiza que a procura pelo Ligue 180 é espontânea e o volume de ligações não se relaciona diretamente com a incidência de crimes ou violência. Fatores como melhorias tecnológicas, o maior acesso da população aos meios de comunicação, capacitação de atendentes, campanhas de divulgação e o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher são apontados como decisivos para o aumento considerável no número de atendimentos.
Além de encaminhar os casos para os serviços especializados, a Central de Atendimento à Mulher fornece orientações e alternativas para que a mulher se proteja do agressor; informa sobre os direitos legais; os tipos de estabelecimentos que a mulher pode procurar (conforme o caso), dentre eles as Delegacias de Atendimento Especializado à Mulher, Defensorias Públicas, Postos de Saúde, Instituto Médico Legal para casos de estupro, Centros de Referência, Casas-Abrigo e outros mecanismos de promoção de defesa de direitos da mulher. E, ainda, com a Central todas as mulheres podem receber atenção adequada, sem nenhuma exposição, pois o sigilo é absoluto e a identificação é opcional.
Ranking nacional – Desde a criação, a Central realizou em todo o país 1.952,001 atendimentos. Desses, 434.734 registros se referem a informações sobre a Lei Maria da Penha (11.340/06), o que corresponde a 22,3% do total das ligações. Em números absolutos, São Paulo lidera o ranking com 44.499 atendimentos, seguido pela Bahia com 32.044. Em terceiro lugar aparece Minas Gerais com 23.430 dos registros.
Tipos de violência – Durante esse período houve 237.271 relatos de violência. Desse total, 141.838 correspondem à violência física; 62.326, à violência psicológica; 23.456 à violência moral; 3.780, à violência patrimonial; 4.686, à violência sexual; 1021, ao cárcere privado; e 164, ao tráfico de mulheres. Um dado relevante é que foram registradas 4.060 ligações relatando ameaças e 18.320 casos de lesão corporal leve.
Balanço semestral de 2011 – De janeiro a junho, a Central de Atendimento à Mulher contabilizou 293.708 atendimentos. No período foram registrados 30.702 relatos de violência. Desse total, 18.906 foram de violência física; 7.205, de violência psicológica; 3.310, de violência moral; 513, de violência patrimonial; 589, de violência sexual; 153, de cárcere privado; e 26, de tráfico de mulheres.
Perfil – A maior parte das mulheres que entrou em contato com o Ligue 180 se declarou parda (46%), tem entre 20 e 40 anos (64%), cursou parte ou todo o ensino fundamental (46%), convive com o agressor há mais de dez anos (40%) e 87% das denúncias são feitas pela própria vítima. O percentual de mulheres que declaram não depender financeiramente do agressor é de 59% e, em 72% das situações, os agressores são os cônjuges das vítimas. Os números mostram que 65% dos filhos presenciam a violência e 20% sofrem violência junto com a mãe.
Estados | Posição por Valor Absoluto | Número de Ligações | Estados | Posição por Valor Absoluto | Número de Ligações |
SP | 1 | 44.499 | SE | 15 | 4.571 |
BA | 2 | 32.044 | AL | 16 | 4.527 |
MG | 3 | 23.430 | PB | 17 | 4.027 |
RJ | 4 | 20.292 | RN | 18 | 3.946 |
PA | 5 | 16.143 | SC | 19 | 3.064 |
PR | 6 | 11.638 | MS | 20 | 2.455 |
PE | 7 | 10.752 | MT | 21 | 2.016 |
MA | 8 | 10.227 | TO | 22 | 1.688 |
RS | 9 | 8.745 | AM | 23 | 1.383 |
GO | 10 | 7.220 | RO | 24 | 1.148 |
CE | 11 | 6.280 | AP | 25 | 640 |
PI | 12 | 6.271 | AC | 26 | 573 |
DF | 13 | 5.625 | RR | 27 | 315 |
ES | 14 | 5.018 |
Fonte: http://www.paraiba.pb.gov.br/
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