Cinco dias depois de ter discutido com um professor, a estudante de direito
que se identificou apenas como Tatiana, de 31 anos, disse ainda não estar
preparada emocionalmente para encarar o mestre. Tatiana afirma ter recebido
ameaça de voz de prisão por parte dele. Ela estuda no quinto semestre da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, uma das mais tradicionais de São Paulo, e
falou ao G1 na noite desta terça-feira (30). Após uma discussão
nos corredores da instituição de ensino, Tatiana e o Centro Acadêmico de direito
(C.A.) alegam que o professor, um procurador de Justiça, ameaçou dar voz de
prisão quando a moça questionou o método de ensino dele.
A reportagem não conseguiu localizar o docente para que ele comentasse o
episódio. A assessoria da universidade também foi procurada e disse que se
pronunciaria nesta quarta (31). Nesta terça, a assessoria do Mackenzie confirmou
apenas que houve apenas um bate-boca entre os dois. “Estou emocionalmente
despreparada para encarar o professor depois da humilhação que sofri”, contou
Tatiana.
Ela tem 100% de bolsa no Mackenzie, está na metade do curso, e ingressou na
universidade por meio do Prouni, programa do Governo Federal destinado a
estudantes com renda per capita familiar máxima de três salários mínimos. Eles
também são selecionados pelas notas obtidas no Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
O caso
A discussão ocorreu por volta de 21h30 de sexta-feira (26), no intervalo, minutos antes de Tatiana ter a aula de Direito Penal III com o professor. Segundo a aluna, ele dá essa cadeira às segundas e sextas para a classe dela. A estudante relatou que a briga começou quando ela o abordou para questionar a metodologia, alegando que tinha muitas dúvidas. “Se passaram quatro aulas e eu senti dificuldade. Faltava conversa, um pouco de contexto. Era superficial. Pedi para ele aprofundar alguns conceitos”, afirmou Tatiana sobre as aulas.
A discussão ocorreu por volta de 21h30 de sexta-feira (26), no intervalo, minutos antes de Tatiana ter a aula de Direito Penal III com o professor. Segundo a aluna, ele dá essa cadeira às segundas e sextas para a classe dela. A estudante relatou que a briga começou quando ela o abordou para questionar a metodologia, alegando que tinha muitas dúvidas. “Se passaram quatro aulas e eu senti dificuldade. Faltava conversa, um pouco de contexto. Era superficial. Pedi para ele aprofundar alguns conceitos”, afirmou Tatiana sobre as aulas.
De acordo com ela, o professor não gostou da observação dizendo que ela não
tinha capacidade para avaliar a aula. A aluna se defende. “Sou bolsista. Jamais
faltaria com o respeito a um professor. Tenho medo de perder a bolsa. Tenho
origem humilde e educação. Chamei o professor em particular.”
Versão do professor
O Centro Acadêmico se manifestou em duas notas. Na primeira, repudiou a atitude do professor, pedindo que ele se desculpasse formalmente pelo “constrangimento” pelo qual passou a aluna. No segundo comunicado, o C.A. divulgou a versão que disse ser do docente.
O Centro Acadêmico se manifestou em duas notas. Na primeira, repudiou a atitude do professor, pedindo que ele se desculpasse formalmente pelo “constrangimento” pelo qual passou a aluna. No segundo comunicado, o C.A. divulgou a versão que disse ser do docente.
“Segundo o professor, a aluna o abordou com argumentos ofensivos à sua
metodologia utilizada e persistindo mesmo diante de avisos dados. Diante de uma
grosseria maior e sem fim, se viu obrigado a utilizar de outros meios, pois nem
mesmo os seguranças conseguiram resolver. Foi nessa hora que a aluna foi
advertida que naquele momento que o professor estava na posição de procurador de
Justiça para tentar dar fim ao tumulto que se generalizou”, diz um trecho da
nota.
Na frente de todos
Tatiana disse que o mestre pediu “respeito”, afirmando ser procurador de Justiça e professor há 20 anos. A conversa não parou no corredor e continuou até a sala de aula, onde estavam os colegas de turma. “Fiquei em choque. Já estava nervosa, totalmente abalada. Estava todo mundo olhando. Ele disse que eu não ia assistir à aula e saiu gritando que ia chamar os seguranças.”
Tatiana disse que o mestre pediu “respeito”, afirmando ser procurador de Justiça e professor há 20 anos. A conversa não parou no corredor e continuou até a sala de aula, onde estavam os colegas de turma. “Fiquei em choque. Já estava nervosa, totalmente abalada. Estava todo mundo olhando. Ele disse que eu não ia assistir à aula e saiu gritando que ia chamar os seguranças.”
Quando a bolsista contou que ia procurar a coordenação do curso, disse que o
professor a ameaçou. “Ele falou: ‘nesse momento, eu não me dirijo mais como
professor, mas como procurador de Justiça. Não me dirija mais a palavra senão eu
te dou voz de prisão’”, informou Tatiana, reproduzindo, segundo a versão dela,
as palavras proferidas pelo mestre.
A estudante contou que pretende ser funcionária pública e não cometer “abuso
de autoridade”. Atribuiu o episódio a “uma questão de ego”. “O professor achou
que eu estava afrontando ele”, disse a bolsista, que disse estar “tranquila” por
ter tido o apoio do Mackenzie.
Fonte: G1
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