O ano de 2011 não tem sido bom para quem tem um crime de guerra na
ficha corrida. O TPI (Tribunal Penal Internacional), em Haia (Holanda) –
e os tribunais especiais para crimes de guerra em outros países – têm
tornado o mundo pequeno para quem quer fugir das atrocidades cometidas
no passado.
O fim chegou, no mês passado, para Goran Hadzic – que podia exibir o
duvidoso título de único procurado pelo TPI que ainda não havia sido
capturado. No último dia 20, ele foi preso e, dois dias depois, levado
de Belgrado (Sérvia) para Haia – mas não sem antes passar em Novi Sad
(também na Sérvia) para uma visita à mãe.
Também responsável pelo genocídio que matou mais de 100 mil pessoas
na Bósnia entre 1991 e 1995, Ratko Mladic (que é conhecido pelo pouco
discreto apelido de “Açougueiro da Bósnia”). Contra ele pesa a acusação
de matar pouco menos de 8.000 homens e meninos durante “interrogatórios”
na Guerra da Bósnia.
Outra conta que começa a se fechar é a dos antigos dirigentes do
regime do Khmer Vermelho, no Camboja. O líder, Pol Pot, morreu em 1998
sem responder pelo genocídio e pelos crimes contra a humanidade
cometidos enquanto ele mandava. Foram mais de 1,7 milhão de pessoas
entre 1974 e 1979.
Não
tiveram a mesma “sorte” Khieu Samphan (chefe de Estado cambojano que
pediu para ser perdoado e esquecido), Nuon Chea (número dois do regime),
Ieng Sary (ex-ministro de Relações Exteriores) e Ieng Thirith (ministra
de Assuntos Sociais) – todos ocupantes de cargos de autoridade no país
quando os crimes aconteceram.
Ruanda foi outro palco de atos de que não se imagina que alguém seja
capaz: foram quase 800 mil mortos em 1994, numa guerra entre as etnias
hutu (então no poder) e tutsi. No dia 24 de junho, a ex-ministra
ruandesa Pauline Nyiramasuhuko obteve o pouco meritório título de
primeira mulher condenada por genocídio pelo Tribunal Penal
Internacional para Ruanda.
Neste ano também alguns que achavam terem sido esquecidos pela
história viram que nunca é tarde demais para serem chamados a responder
por seus crimes. No dia 15 de junho, o governo da Sérvia emitiu ordem de
captura internacional contra Nada Sakic, 85, viúva de Dinko Sakic -
ex-comandante do campo pró-nazista croata de Jasenovac, durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Ele teria participado de extermínio em massa de sérvios, judeus e ciganos – e ela é suspeita de maus-tratos.
Alguns meios de comunicação locais divulgaram que, segundo
informações não oficiais, Nada Sakic teria morrido na Croácia, onde
supostamente viveu nos últimos anos sob nome falso.
Fonte: R7
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