Em
16 anos de existência, o Disque-Denúncia do Rio de Janeiro já pagou cerca de
cem recompensas, que somadas chegam a R$ 270 mil. Entretanto, cerca de 80% dos
denunciantes, cujas informações levaram a prisões, não apareceram para receber
o dinheiro. Segundo o coordenador do serviço, Zeca Borges, as denúncias são
motivadas "por indignação e não pelo dinheiro".
Ele
diz que os valores oferecidos viram notícia e deixam o criminoso exposto. Para
Borges, o fato de o Disque-Denúncia não ser um órgão policial, mas mantido por
uma ONG e ter parceria com a Secretaria de Segurança Pública, contribui para o
sucesso do serviço. Entretanto, completa ele, é preciso que a população também
confie na polícia.
- As
pessoas têm uma grande confiança no Bope (Batalhão de Operações Especiais) e,
por isso, sempre que o Bope faz uma operação surgem muitas denúncias.
Recentemente, o Bope ocupou a Mangueira e temos recebido muitas informações.
Recompensas:
até R$ 15 mil
A
maior parte das recompensas, financiadas por doações privadas, varia entre R$
1.000 e R$ 3.000. Há casos em que são oferecidos R$ 5.000, R$ 10 mil e até R$
15 mil. O valor costuma ser aumentado em casos de prioridade estabelecida pela
secretaria. Em outros, famílias de vítimas dos criminosos oferecem dinheiro, a
exemplo do que aconteceu com a Viúva Negra, por quem é oferecida recompensa de
R$ 11 mil.
Hoje,
há R$ 181 mil disponíveis para pagamentos de recompensas. Entre os alvos do
órgão, estão os principais chefes do tráfico no Rio. Sobre Fabiano Atanázio da
Silva, o FB, chefe do tráfico na Vila Cruzeiro, cuja captura vale R$ 10 mil, o
Disque-Denúncia já recebeu 1.158 informações desde 2002.
Sobre o chefe do tráfico no Alemão, Luciano Martiniano da Silva,
o Pezão, que vale R$ 2.000, já foram registradas 710 denúncias; a respeito de
Alexander Mendes da Silva, o Polegar da Mangueira, cuja prisão também vale R$
2.000, já foram 368 denúncias, enquanto Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem
da Rocinha, já foi alvo de 268 informações desde 2002.
Senhas
e anonimato: da denúncia à recompensa
Zeca
Borges explica que, assim que faz uma denúncia, a pessoa recebe uma senha. Caso
o criminoso denunciado por ela seja preso, ela precisa ligar para o
Disque-Denúncia (0xx21 2253-1177), fornecer a senha e algumas informações sobre
a denúncia e se habilitar a receber a recompensa, paga mediante comprovação de
que a captura se deu por meio daquelas informações.
A
partir daí, é marcado um encontro em local público e seguro entre um
funcionário do Disque-Denúncia e o denunciante. Para ter certeza de que está em
contato com a pessoa certa, o funcionário também precisa mencionar uma senha,
já informada para o denunciante. O dinheiro é entregue em um envelope e quem
recebe não precisa se identificar em momento algum.
A
média de informações recebidas pelo Disque-Denúncia é de 450 registros por mês.
Durante a ocupação do Alemão e da Penha, em novembro, esse número passou para
1.100. Diferentemente de serviços como o 190, o DD, como é chamado no meio
policial, recebe poucos trotes.
- Ao
contrário de outros serviços, cujo número tem apenas três dígitos, o nosso tem
oito. Além disso, a ligação para nós é paga, e não gratuita. E o nosso serviço
não é de emergência. Por esses motivos não sofremos muito com trotes.
A
lista com os criminosos procurados e os valores das recompensas podem ser
consultados no site http://www.procurados.org.br.
Fonte:
R7
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