Foto: Eladio Machado/Terra
Com o lema Amai-vos Uns aos Outros: Basta de Homofobia, a 15ª Parada
do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) começou ao
meio-dia deste domingo na avenida Paulista, em São Paulo. Para comemorar os 15
anos do evento, os organizadores propuseram que o público dançasse uma grande
valsa para entrar para o Guinness Book (Livro dos Recordes) como o maior
espetáculo de valsa ao ar livre.
A Parada Gay deste ano pretende discutir, entre o agito dos trios elétricos,
o posicionamento de grupos religiosos que são contrários à aprovação do Projeto
de Lei Complementar (PLC) 122, que criminaliza a homofobia.
"Não é um carnaval fora de época, é uma festa da cidadania", disse Toni Reis,
presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e
Transexuais (ABGLT).
Segundo ele, a expectativa é que o projeto de lei seja aprovado, apesar do
grande protesto feito pelos grupos religiosos no Congresso Nacional. "Estamos
vendo que tem um pequeno setor, fundamentalista, que vamos ter que ir para o
voto. Mas a grande maioria é favorável", disse. Reis lembrou que existem
atualmente 75 países que criminalizam a homossexualidade e sete em que são
aplicadas pena de morte para homossexuais.
Toni Reis foi um dos primeiros homossexuais que legalizaram sua relação
homoafetiva após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o casamento
entre pessoas do mesmo sexo. "Peço um parabéns ao Supremo Tribunal Federal e que
todas as energias positivas do STF cheguem ao Congresso Nacional, porque
queremos que aprovem a criminalização da homofobia. Não podemos admitir que
existam pessoas que incitem a violência, que discriminem ou espanquem
homossexuais", afirmou.
Ideraldo Beltrame, presidente da Associação da Parada GLBT (APOGLBT),
destacou o evento como uma maneira de alertar a sociedade sobre as dificuldades
enfrentadas pelo público gay. "Ao completar 15 anos de parada, que esse début,
esse grito de passagem e essa transformação sejam para a gente pensar que a
maior demanda do movimento, além da criminalização da homofobia, é garantir os
direitos das nossas companheiras travestis e transexuais, que são a parte mais
frágil do movimento", disse.
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, afirmou que a parada está cada vez
mais organizada. "É uma demonstração de cidadania de todos os brasileiros que
aqui vivem e que querem uma cidade, um País e um mundo cada vez mais voltado
para ações de cidadania, mostrando que a grande maioria dos brasileiros respeita
a diversidade e os direitos humanos".
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que o evento vai contar com
um efetivo policial formado por 1,5 mil homens e que a segurança estará
garantida, apesar do jogo, esta tarde entre Corinthians e São Paulo, no Estádio
do Pacaembu, próximo ao local estará ocorrendo a parada. "Difícil proibir o jogo
ou a Parada. Não há como proibir isso. É direito das pessoas. E a polícia tem a
experiência nesse trabalho", disse.
Alckmin destacou ainda que o evento traz vários benefícios econômicos para
São Paulo, já que entram "mais de R$ 200 milhões na economia da cidade". Ele
também ressaltou a movimentação de turistas, inclusive de outros países, e a
importância da parada para a cidadania, "no sentido de se estabelecer direitos,
de se evitar intolerância, de se avançar no arcabouço jurídico".
Com um vestido rosa, cheio de brilho, e definindo-se como uma debutante drag
queen, a cantora Preta Gil, diva da parada deste ano, falou que também está na
luta pela defesa da lei. "Queremos comemorar o que conseguimos até hoje e
continuar a batalha pela aprovação da lei, pela criminalização da homofobia.
Esta é a minha luta", afirmou.
Fonte: Portal Terra
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