O ensino da letra cursiva (de mão) será opcional no Estado norte-americano de Indiana e deverá ser banido definitivamente nos próximos anos. A decisão deve ser seguida por mais de 40 Estados do país que também consideram esta forma de escrever como ultrapassada. Na avaliação deles, é mais importante se concentrar no aprendizado das letras bastão (de forma).
O argumento dos defensores desta lei, que
provocou polêmica nos Estados Unidos nas últimas semanas, é de que hoje as
crianças praticamente não necessitam mais escrever as letras com caneta ou
lápis no papel. Seria mais importante elas aprenderem a digitar mais
rapidamente, já que quase toda a comunicação acontece por meio de letras de
forma nos celulares e computadores.
"As escolas devem decidir se pretendem
ensinar letra cursiva, mas recomendamos que deixem de ensinar e se foquem em
áreas mais importantes. Também seria desnecessário encomendar apostilas que
ensinem letras cursiva", diz um memorando do Departamento de Educação de
Indiana.
A Carolina do Norte também já anunciou que
adotará uma medida similar, segundo suas autoridades educacionais. A Geórgia é
outro Estado americano que recomenda o fim do ensino, segundo seu porta-voz
Matt Cardoza, apesar de "aceitar que os alunos aprendam a letra de mão
caso os professores considerem necessário".
Esses Estados, assim como outros 40, integram o
Common Core Stated Standards Initiativa (Iniciativa para um Padrão Comum de
Currículo), responsável por tentar padronizar o ensino básico nos Estados
Unidos. O grupo defende abertamente o fim do ensino da letra cursiva.
Brasil
No Brasil, principalmente na última década, há
uma nova metodologia no ensino da letra cursiva, mas não seu abandono nas
escolas. "Não conheço escola que não a utilize mais", afirma Fernanda
Gimenes, diretoria pedagógica da área de português do colégio bilíngue Playpen.
"Ela perdeu a prioridade. Antes, o aluno era alfabetizado na cursiva.
Hoje, mais do que ensinar uma técnica, queremos desenvolver as habilidades de
leitura e escrita."
Separar o aprendizado da cursiva como requisito
para que uma criança seja considerada alfabetizada é uma conquista recente,
praticamente da última década. "Vemos como uma evolução, não uma
condição", diz Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco.
Mesmo que o aluno opte pela letra bastão no futuro, o aprendizado da cursiva,
segundo Esther, é fundamental para desenvolver a coordenação motora fina.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo.
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