Os vereadores de Fronteira, a 667 quilômetros de Belo Horizonte – presos
desde terça-feira (19) no presídio de Frutal, a 50 quilômetros de distância, por
uso irregular da verba indenizatória –, são tratados como presos
comuns. A informação é da assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de
Defesa Social, órgão responsável pela Subsecretaria de Administração
Penitenciária (Suapi). Todos tomam banho frio e os homens tiveram as cabeças
raspadas com máquina dois. O presídio tem capacidade para 60 presos, mas abriga
116.
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os vereadores de cidade de Minas são presos
A ex-presidenta da Câmara Municipal Sileide Nunes do Nascimento Faitaroni
(PP), única mulher do grupo, não teve os cabelos raspados e divide uma cela com
outra detenta. A secretaria não informou qual crime teria sido praticado pela
detenta que divide a cela com a vereadora.
Estão juntos em apenas uma cela os oito homens: Maurílio Carlos de Toledo
(PSDB), Raidar Mamed (PSDC), João Veraldi Júnior (PDT), Nildomar Lázaro da Silva
(PR), José Marcelo Soares dos Santos (PDT), Eduardo Florêncio de Souza (PMDB),
Daniel dos Reis Linhares Pontes (PMN) e Samer Saroute (PMN). Dois deles tomam
medicamentos para diabetes. A identidade de quais possuem a doença não foi
revelada. As celas do presídio possuem 12 metros quadrados, um banheiro com
chuveiro de água fria e camas. Ao chegarem ao presídio, na terça-feira (19),
todos passaram por consulta médica e apresentaram boa saúde.
O uso de calças, camisas ou macacões vermelhos da Suapi faz parte de um
Procedimento Operacional Padrão (POP), assim como o corte curto dos cabelos, por
questão de higiene, para evitar piolhos, por exemplo. Os vereadores também
receberam um kit de higiene básico composto de creme dental, escova de dente,
sabonete e xampu.
Presos provisórios, eles passam por um período de adaptação na cadeia que
dura 30 dias. Durante este período, não têm direito de ter contato com
familiares nem por telefone. Também não é permitido banho de sol e entrada de
alimentos e roupas.
Todos os detentos do presídio de Frutal fazem quatro refeições por dia. Pela
manhã, os vereadores se alimentam como os outros presos: pão com manteiga e café
com leite. O almoço é parecido com o jantar: arroz, feijão, um tipo de carne e
verdura. De sobremesa, um doce. Entre o almoço e o jantar, os presos tomam um
lanche: pão com manteiga e um suco.
O advogado dos vereadores, Arnaldo Silva Júnior, impetrou um pedido de habeas
corpus a favor de seus clientes um dia após a prisão. Na sexta-feira (22), o
Tribunal de Justiça de Minas Gerais indeferiu o pedido. O desembargador Rubens
Gabriel Soares ainda tem dúvidas sobre a prisão dos vereadores e solicitou
informações à Comarca de Frutal, cidade em que os parlamentares estão presos. O
prazo para que as informações sejam prestadas é de cinco dias. O advogado dos
vereadores não foi encontrado para comentar a decisão da Justiça mineira. No dia
da prisão, Silva Júnior declarou à imprensa que seus clientes são inocentes e
que tudo não passou de um equívoco.
Os vereadores presos estavam afastados da Câmara Municipal desde fevereiro
por pagar com verba indenizatória gastos pessoais como internet e telefone da
própria casa, além de churrasco e bebidas. Na ocasião, assumiram os suplentes. A
prisão deles, a pedido do Ministério Público Estadual, aconteceu após descoberta
de que, mesmo afastados, eles contrataram uma empresa de consultoria para
maquiar as notas de prestação de contas da verba indenizatória.
Fonte: IG
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