Alunos com o mesmo perfil sociocultural têm desempenhos diferentes de acordo
com o índice de vulnerabilidade social do local onde fica a escola em que
estudam. A conclusão é da pesquisa Educação em Territórios de Alta
Vulnerabilidade Social na Metrópole, que avaliou o impacto da localização do
colégio na educação.
Em unidades localizadas em áreas altamente vulneráveis, cerca de 50% dos
alunos com baixos recursos culturais familiares (bens culturais disponíveis em
casa, como TV, DVD, internet e livros, aferidos pelo questionário socioeconômico
da Prova Brasil, e escolaridade da mãe ou mulher responsável pelo estudante) têm
desempenho abaixo do básico e apenas 10% deles apresentam desempenho
adequado.
Já nos colégios de entorno não vulnerável, 38% dos alunos com esse mesmo
perfil estão abaixo do básico. A melhora também aparece no aumento de taxa de
estudantes com aprendizado adequado e avançado: 24%. A pesquisa conclui que
escolas em territórios de maior vulnerabilidade social têm Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) mais baixo que as de entorno menos
vulnerável.
Os dados também apontam que alunos com mais recursos culturais apresentam
notas mais baixas quando estão matriculados em escolas que ficam em territórios
de alta vulnerabilidade social. "Quando mostramos o impacto que o entorno da
escola tem na vida do aluno de baixo nível sociocultural, percebemos que ele é,
sim, capaz de aprender", explica Mauricio Érnica, coordenador do estudo.
A pesquisa é de Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação
Comunitária (Cenpec), Fundação Tide Setubal, Fundação Itaú Social e Fundo das
Nações Unidas para a Infância (Unicef) em 61 escolas públicas de ensino
fundamental da subprefeitura de São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo.
Também foram usadas as notas da 4ª série do ensino fundamental na Prova Brasil
de Língua Portuguesa de 2007 e o Índice Paulista de Vulnerabilidade Social.
Fonte: jornal O Estado de S. Paulo.
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