Matt Rourke/AP
O papa Bento 16 aceitou nesta terça-feira (19) a demissão do arcebispo da Filadélfia (Estados Unidos), cardeal Justin Rigali - suspeito de ter encoberto casos de padres pedófilos em sua diocese.
Ele apresentou sua demissão há um ano devido à idade. O comunicado do Vaticano, no entanto, não menciona o escândalo de pedofilia em que o religioso está envolvido. Rigali ficou no cargo oito anos; nesse período, em duas ocasiões – em 2005 e em fevereiro deste ano – ele e outros representantes da Igreja Católica foram mencionados em relatórios judiciais por acobertar acusações de abusos sexuais cometidos por padres de sua diocese.
A menção no relatório de fevereiro acabou resultando em acusação criminal contra um ex-secretário – que teria transferido padres acusados de pedofilia sem avisar as paróquias para as quais eles eram transferidos. A acusação ainda cita 37 padres que permaneceram exercendo suas funções apesar de alegações de que teriam abusado sexualmente de menores de idade.
Essa acusação veio nove anos depois dos bispos americanos terem prometido acabar com os casos de pedofilia na Igreja. O ex-administrador da arquidiocese da Filadélfia William Lynn foi acusado de colocar a segurança de crianças em risco por deixar os padres acusados em seus postos sem avisar os pais ou a polícia. Lynn - que, até o momento, é o representante mais alto da Igreja Católica nos EUA a ter sido incriminado em um caso por acobertar casos de pedofilia - afirma ser inocente.
Advogados das vítimas dizem que Rigali não assumiu a responsabilidade pela proteção das crianças e não ofereceu auxílio às vítimas. Já o relatório de 2005 acusa seus predecessores – incluindo seu antecessor imediato, Anthony Bevilacqua – de acobertar casos por décadas e não notificar as autoridades sobre os crimes.
Fonte: R7
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