quarta-feira, 20 de julho de 2011

Polícia Civil indicia três pessoas pelas mortes em Nova Ipixuna


Tamara Saré-Ag. Pará
O diretor de Polícia do Interior, delegado Sílvio Maués, apresenta a foto de um dos acusados pelo crime

    José Rodrigues Moreira, Lindojonson Silva Rocha e Alberto Lopes Teixeira são os três responsáveis pelo assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Silva e Maria do Espírito Santo Silva, ocorrido no dia 24 de maio, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. É o que aponta o resultado do inquérito que investigou o crime, divulgado nesta quarta-feira, 20, pela Polícia Civil do Pará, que montou uma verdadeira força-tarefa para solucionar o caso. O inquérito foi protocolado no Tribunal de Justiça do Pará, já com o pedido de prisão preventiva dos três acusados, que foram indiciados por homicídio.
     
     
    “Não há dúvidas quanto a autoria e execução do crime”, garantiu o delegado Silvio Maués, diretor de Polícia do Interior. As investigações apontaram que o fazendeiro José Rodrigues Moreira foi o mentor do crime, enquanto que seu irmão, Lindojonson Silva Rocha, e um amigo, Alberto Lopes Teixeira, efetuaram os disparos que vitimou o casal. O crime foi motivado pela disputa por um lote de terra que era de propriedade de José Rodrigues – mandante do crime – mas que estava sendo usado por parentes de José Cláudio. “Os dois (José Cláudio e José Rodrigues) tinham uma briga direta”, explicou o delegado Maués.
     
     
    Presidido pelo delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor da Delegacia de Combate aos Crimes Agrários (Deca), em Marabá, o inquérito levou 52 dias para ser concluído e ao longo das 492 páginas que o compõem detalha o intenso trabalho de investigação policial que levou ao nome dos responsáveis pelas mortes. Conduzida pessoalmente pelo diretor de Polícia do Interior, delegado Silvio Maués, a investigação iniciou com cinco linhas de raciocínio. À medida que o trabalho avançava e novas pessoas eram ouvidas, no entanto, o cerco ao nome dos indiciados foi se estreitando. Foram tomados cerca de 60 depoimentos.
     
     
    A primeira hipótese descartada foi o conflito pela posse de lotes na região. “Ao analisar as acusações feitas em relação a fazendeiros da área, observou-se que não havia mais a disputa pela posse das fazendas na região, em virtude de já haver ocorrido intervenção do Incra há alguns anos”, descreve o inquérito. Outra hipótese analisada pelos policiais civis foi a atuação do casal na defesa da floresta como motivadora para o crime. “Na análise das informações colhidas, inclusive nas interceptações telefônicas, não foram vislumbrados indícios de envolvimento de pessoas ligadas ao setor madeireiro com a autoria do crime”, aponta o inquérito.
     
     
    A possibilidade de o crime ter sido cometido por ocupantes do assentamento Praialta, em razão da oposição de José Cláudio em relação a comercialização de madeira, e a hipótese de que o crime tivesse sido motivado por vingança da família do colono Edilon Ribeiro da Silva também foram analisadas e descartadas. “Após a análise e descarte das hipóteses apresentadas chegamos a uma linha conclusiva de investigação. Descobriu-se que a motivação do crime foi a disputa por lote de terra no Projeto de Assentamento Agroextrativista”, revelou o delegado Silvio Maués. Segundo ele, a linha de investigação foi sustentada através da análise de provas periciais, análise de banco de dados e provas testemunhais.
     
     
    Participaram da coletiva o delegado geral da Polícia Civil, Nilton Atayde, o delegado geral adjunto, Rilmar Firmino, o diretor de polícia do interior, delegado Silvio Maués e o presidente do inquérito, delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor da Delegacia de Combate aos Crimes Agrários (Deca), em Marabá.


    Aycha Nunes - Ascom Polícia Civil

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