sexta-feira, 8 de julho de 2011

RJ: menor desaparecido é encontrado na porta de boate gay



O adolescente Sérgio Martins Filho, de 14 anos, foi encontrado após uma denúcia anônima feita à Fundação para a Infância e Adolescência (FIA). Familiares acharam o jovem, que estava aparentemente alcoolizado, junto com dois homens adultos na porta de uma boate gay em Madureira. Os homens foram levados para a 25ª DP (Engenho Novo), onde prestam depoimento.


Sérgio Martins Filho estava desaparecido desde a última sexta-feira, quando participou, na Quinta da Boa Vista, de um encontro de estudantes marcado em um site de relacionamento.


Segundo Fábio Luis Martins, tio de Sérgio, ele recebeu uma ligação na noite de quarta-feira informando que seu sobrinho estaria na companhia de um jovem identificado apenas como Guilherme, que seria frequentador da boate gay Papa G. Pouco depois de chegar ao local ele encontrou o menor com o rapaz e um outro menor de 16 anos. Ele acionou policiais do 9º BPM (Rocha Miranda) que deram voz de prisão a Guilherme de Menezes Coelho. Todos foram conduzidos à 25ª DP (Rocha). De acordo com o sargento Chaves, o acusado disse que não acompanhava noticiários e que desconhecia que o menor estava desaparecido.


A polícia vinha monitorando os últimos passos de Sérgio. Através do cartão Rio Card do estudante foi possível descobrir que o adolescente pegou um ônibus na sexta-feira no Méier, zona norte, após faltar a aula na Escola Municipal República do Peru. Ele seguiu para a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, onde participou do "Orkontro", reunião de internautas com perfil no Orkut. De lá, já na companhia de Guilherme, que conhecera no mesmo evento há um ano, ele foi para o bairro da Taquara, em Jacarepaguá, zona oeste, onde participou do mesmo tipo de reunião. Por fim, o menor pernoitou na casa da tia de Guilherme, no Grajaú, zona norte, onde ficou no últimos cinco dias.


Segundo Sérgio, ele começou a desconfiar das intenções de Guilherme na véspera. O menor contou que foi beijado no pescoço quando dormia. Guilherme teria conseguido desfazer o mal entendido com o adolescente e o convidou para ir a boate a noite. "Não sabia que era uma boate gay. Fiquei bolado", contou o menor prometendo não repertir a atitude de sair de casa. Ele se disse feliz por rever a família e chegou a brincar com os jornalistas dizendo que só concederia novas entrevistas após se tornar jogador de futebol e marcar dois gols pela seleção brasileira.


Guilherme rebateu a suspeita de que teria segundas intenções abrigando o adolescente. "Foi um grande engano. Me deixei levar pelas aparências. Foi mentira atrás de mentira. Não sabia que era um menor de idade e que estava em tratamento psicológico. Abriguei uma pessoa em casa que só me trouxe problemas", disse Guilherme ao deixar a delegacia durante a madrugada.


De acordo com o delegado Carlos Henrique Machado, titular da 25ª DP (Rocha), Guilherme pode responder por subtração de incapaz. Por ser considerado crime de menor potencial ofensivo, ele foi liberado. O julgamento do caso ficará a cargo do Juizado Especial Criminal (Jecrim). Se for considerado culpado ele ser obrigado a cumprir penas alternativas, como doação de cestas básicas e prestação de serviços a comunidade.


Fonte: Portal Terra

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